segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Dezembro



Em geral, o mês de dezembro nos jornais é tranquilo. O noticiário fica mais escasso e publica-se muitas matérias mais frias. E aqui no Rio dezembro é uma época quente. Dias tão quentes que você torce todo dia para não ter que ir a Saara fazer pauta de Natal, nem praia, nem nada que te exponha muito tempo ao sol senegalês que aparece nesta época aqui na cidade maravilhosa. Mas dezembro de 2008 foi atípico.

Choveu bastante, teve show da Madonna, inauguração da Cidade da Música, visita do Sarkozy e de Carla Bruni, ocupação permanente do Dona Marta pela polícia, protesto na ANP contra os leilões de petróleo, chacina na favela da Maré, protesto em Copacabana, protesto no Centro, e é claro, as matérias que todo Natal a gente lê enquanto traça umas rabanadas. Cesta de Natal, aumento de preços, pessoas que gostam de reveillon, quem não gosta, preparativos para a queima de fogos, as nunca dantes lidas neste país receitas de ceias maravilhosas entre outras materinhas muito menos lembradas.

E em dezembro choveu. Muito. Por isso, para começar um ano que não tem nenhum acontecimento grande programado, nem Copa do Mundo, nem Olimpíada, nem eleição, embora já tenha começado quente no Oriente, com um tradicionalíssimo, porém sempre novidadeiro, esse pedaço de deserto que eu chamo e você também de terra santa é meu, meu deus me disse, está tudo escrito no receiturário de comportamento que ele me mandou via nosso, quer dizer, meu profeta, faremos um post comprido do mês mais atípico do ano que já se encerrou.

É isso aí, p-p-pessoal.

fotos: Rafael Andrade / Folha Imagem

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