segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Fotografei você com minha rolleiflex




Das coisas que eu mais faço mal, retrato sem dúvida é a que eu acho mais complicado. Você depende demais de quem está fotografando, é um jogo muito 50%-50%. Você só consegue o que a pessoa quer dar e ao mesmo tempo está ali para tirar algo desse alguém que não é necessariamente o que aquela figura está disposta a te dar.

Mas fazer bons retratos também tem outras coisas em jogo: uma boa luz, um fundo interessante e paciência ajudam bastante. Esse do Matheus fiz em 15 minutos, todo o tempo que ele tinha antes de uma gravação lá no Projac.

Embora eu tenha adorado o resultado, a Folha não publicou. Preferiram dar uma foto de divulgação dele travestido como o personagem da minisérie que está fazendo. Coincidentemente um jornalista radical. Uma pena, mas pelo menos, eu sei que a minha parte eu fiz.

Fotos: Rafael Andrade / Folha Imagem

Garibaldo, o Samba de Maria Luisa




A cobertura de política em geral é das mais chatas a se fazer. Fotografa-se muito boneco, mas é difícil fazer uma foto diferente. As vezes, no entanto, você tem a chance de fotografar um político em uma situação um pouco diferente. Neste caso, o atual presidente do Congresso Garibaldi Alves, do PMDB, que estava no Rio durante o recesso parlamentar em Brasília.

De camiseta, bermuda e de olho nas belezas da praia de Ipanema, Garibaldi a nosso pedido caminhou um pouco pelo calçadão, admirou-se-se, tomou coco, reclamou da água gelada da praia - ele é de Natal, Rio Grande do Norte - e deu impressão de ser o cara mais zen do universo. Fala devagar, caminha devagar, observa, é um típico cara do interior, só que num dos cargos mais complicados da política nacional. Longe das picuinhas e da guerra do dia a dia na capital federal, o senador foi ao teatro, cinema, bebeu chopp no Jobi e só foi descoberto na cidade pela repórter da Folha que esbarrou com ele no Fashion Mall, quando o parlamentar ia ver mais uma peça. Dá-lhe Maria Luisa.

Fotos: Rafael Andrade / Folha Imagem