terça-feira, 9 de setembro de 2008

João



Em velocidade baiana, o show foi dia 25 do mês da morte de Getúlio Vargas, mas no ano 2008 do senhor, publico o joão gilberto. Dia desses eu ainda consigo fazer um período simples, com ordem direta, sem muita vírgula, conciso, preciso, direto.
Só uma informação bacana, quer dizer, eu acho, mas cada um tem direito de ler ou não daqui para baixo. Em geral, quando você vai fotografar um show, você pode fazer três ou menos músicas e trabalha na maioria das vezes próximo ao palco. Como o show era do João Gilberto e como todo mundo sabe ele não curte muito gente, e por isso faz pouquíssimas apresentações, no local onde ficariam os fotógrafos no municipal resolveram colocar o vips. Daí sobrou para nós o fundo do salão. E com uma restrição, só poderíamos fotografar no intervalo das músicas por causa do barulho das máquinas. Feita a combinação com a assessoria, entramos um pouco antes dele, nos posicionamos, fotografamos ele entrando no palco, sentando na cadeira, abaixando a cabeça e paramos quando as palmas escassearam. Música, violão, voz baixinha, palmas e voltamos nós a plec plec plec. Acabam as palmas, paramos, esperamos o fim da segunda música. Até aí nenhuma foto do rosto dele porque nossa amigo não só não curte gente, acho que o contato visual não é maior das suas paixões. Terceira música começa, tentamos fazer algumas chapas, tomamos esporro da assessoria, esperamos o fim da música, largamos o prego em cima do cara, as palma vão ficando escassas, somos retirados da sala de concerto.

Do lado de fora negociamos, voltamos, assistimos a um pedaço do show sem o equipamento depois de transmitir as fotos das primeiras 3 músicas. Voltamos no bis com a promessa de ficar apenas uma música fotografando apenas nas palmas. A assessora relaxa, João idem, a gente aproveita, o simpático baiano gosta do corinho, nós também, não fotografamos mas cantamos durante Chega de Saudade e aos poucos vamos assistindo, fotografando nos intervalos das músicas. No fim João sai lépido e fagueiro do palco, sorrindo e o público também deixa o teatro em estado de felicidade bossa novista - aquela coisa feliz, mas não alegre, mistura de zen e cara de quem se divertiu no máximo moderado possível. Ah, João...
fotos: Rafael Andrade / Folha Imagem

2 comentários:

Camile disse...

Ah, menino...

É por esse seu jeito de descrever as pequenas coisas que eu te amo.

Beijo!

angelo cuissi disse...

Jorge Ben Jor, Sandra de Sá, e agora o João Gilberto feliz com a platéia. Pra onde vai a música brasileira?