Nas coberturas obrigatórias - conflitos urbanos com muitos feridos, chacinas, autoridades, presidente da república - nada é mais complicado, editorialmente, que acompanhar o mandatário supremo da país. Por dois motivos. Além do número de veículos que acompanham o Lula, há a questão do editorial.
Dessa vez, Luiz Inacio Lula da Silva, o presidente com mais parentes que já houve no Brasil, afinal Silva todo mundo é, foi a Resende na formatura de uma turma de oficiais do exército na Academia Militar das Agulhas Negras.
Embora possa se supor que tudo que o presidente faz é notícia, a banda toca um pouco diferente. É importante descobrir o que entre os 200 ou 400 cliques que se faz quais são aqueles 10 ou 20 que realmente são fotos publicáveis. O resto, a gente sabe, só será visto em uma projeção.
Quando não há assunto, ou seja, vossa excelência fez de tudo um pouco mas nada é importante e confrontável com o noticiário recente, eu, particularmente, envio o que pode dar mais saídas para o editor . O mais variado leque de situações que fiz. Expressões, ângulos, opções mais plásticas, fotos erradas. Isso, se por um lado descredencia o fotógrafo como autor final do próprio trabalho, só acontece, sem dúvida nenhuma, com cumplicidade com quem escolhe que foto vai para a página. Como diz um camarada velho de guerra, eles comem na nossa mão, mas digo eu, a gente também não precisa alimentar alguém só com arroz e feijão.
Fotos: Rafael Andrade / Folha Imagem
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