sábado, 15 de setembro de 2007

Tenha fé, porque até no lixão nasce Flor


Já disse antes e digo de novo: a coisa mais legal do meu trabalho é ter oportunidade de ver e conhecer modos de viver muito diferentes do meu. E poder se aproximar e aprender. Há uns dois anos pude ir no Aterro Sanitario de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fazer fotos para uma matéria sobre o que aconteceria se o depósito de lixo fosse desativado. Claro, os maiores impactos seriam sobre os catadores que subexistem do que retiram do lixo para reciclar. Num dos dois dias que fui lá, conheci um casal que mora na favela ao lado do lixão e que gentilmente nos convidou - a mim e a repórter - para conhecer sua casa. Eram jovens, se nao me engano, a menina ainda nao tinha vinte anos, o rapaz um pouco mais, mas estavam apaixonados, dividiam as tarefas e sobreviviam graças ao que ele conseguia tirar do lixo que a cidade do Rio de Janeiro produz. A foto não tem nada tecnicamente muito elaborado. É negativo de 200 iso corretamente exposto num dia nublado, sem flash. Mas a minha memória afetiva é da cena que o coração não esquece: do pequeno gesto de carinho ao sair da casa para trabalhar.
Foto: Rafael Andrade / Agencia JB

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei! Que cena!

Anônimo disse...

Que lindo