domingo, 27 de maio de 2007

Hora certa Lugar Certo


Hoje vou desdizer aquilo que eu já disse antes. Em jornalismo, 90% das vezes o importante é estar no lugar certo na hora certa. E mais importante, paciência e calma tem que caminha juntas. Desespero, impaciência e nervosismo acabam com a chance de qualquer um fazer um bom trabalho. Na última sexta, fui fazer um enterro para o Extra. No fim da pauta, quando voltava para a redação chateado pelas fotos que fiz, achava tudo muito poluído, muito registro e pouca foto, como se diz, passando pela Avenida Brasil, um ônibus entrou dentro de um posto de gasolina e se acabou numa parede. Vi o acidente na pista do sentido contrário ao que ia e pedi ao motorista que parasse onde desse para fazer um registro. Quando atravessei as pistas e cheguei ao veículo vi que o motorista era auxiliado pelos bombeiros pois estava preso nas ferragens. A Avenida Brasil parada por causa do acidente. Se tivesse saído um pouco antes do cemitério talvez passasse após o acidente. Se saísse depois, talvez só chegasse quando o motorista fosse retirado. Por sorte, saímos do cemitério em sincronia com os eventos do acidente e chegamos poucos minutos após o ônibus colidir. Antes do Extra o único coleguinha a chegar no local foi a Folha de SP. O Globo chegou cerca de 50 minutos depois de nós. O Dia mais tempo ainda. O JB eu nem vi, mas acho que chegou depois que o motorista foi tirado. E nenhuma das redações e suas escutas têm culpa disso. Em jornalsmo, muitas vezes, depende-se tanto da sorte como da paciência. Sorte para estar no lugar certo na hora certa. Paciência para se manter atento até a sorte chegar.

Foto: Rafael Andrade / Agência O Globo

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